Minha Vida não é essa hora abrupta
Em que me vês precipitado.
Sou uma árvore ante meu cenário.
Não sou senão uma de minhas bocas:
Essa, dentre tantas, que será a primeira a fechar-se.
Sou o intervalo entre as duas notas
Que a muito custo se afinam,
Porque a da morte quer ser mais alta…
Mas ambas, vibrando na obscura pausa,
Reconciliaram-se.
E é lindo o cântico.
As folhas caem como se do alto
Caíssem, murchas, dos jardins do céu;
Caem com gestos de quem renuncia.
E a terra, só, na noite de cobalto,
Cai de entre os astros na amplidão vazia.
Caímos todos nós.
Cai esta mão.
Olha em redor:
Olha em redor:
Cair é a lei geral.
E a terna mão de Alguém colhe, afinal,
Todas as coisas que caindo vão.
(Rainer Maria Rilke).
E a terna mão de Alguém colhe, afinal,
Todas as coisas que caindo vão.
(Rainer Maria Rilke).
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