PENSAMENTO DO DIA


SUCESSO é NÃO QUERER FAZER e TER que FAZER!
SUCESSO é FAZER ALGO no DIA e na HORA em que VOCÊ MENOS GOSTARIA de FAZER.

(Marco Aurélio F. Viana).


quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

SOBRE O AMOR






Quando nasce um amor novo, é difícil resistir à tentação de alimentá-lo só com a presença. 
Mas é preciso deixar o amor respirar. 
Se você colocar uma flor bem bonita dentro de uma redoma, com medo que o vento e o tempo levem sua beleza, manterá por muito pouco tempo o que dela é bonito.

O que eu aprendi sobre o amor, filho, é que ele é feito de faltas e presenças. 
E que nenhuma das duas pode faltar.

Aprendi que o amor é feito de liberdade. 
É como ter, todos os dias, muitas outras opções. 
E ainda assim fazer a mesma livre escolha.

Dessas pequenas vitórias se faz a alegria de amar e ser amado. 
Descobrir no olhar do outro que você foi escolhido de novo. 
E de novo, mais uma vez.

Também aprendi que o amor interrompido em seu auge permanece bonito para sempre. 
O que pode ser muito doído ou pode ser um presente. 
Depende de como a gente quer guardar. 
Depende de como a gente quer seguir.

O amor é feito de falta, filho. 
Mas aí mora um perigo: 
Adorar mais a falta que o próprio amor. 
Posso cometer esse erro diante de quem amo ou diante da própria falta. 
E aí quem passa a faltar sou eu mesma.

O amor é feito de falta, mas não sobrevive sem a presença. 
O amor é feito de hoje.

Por isso, ao ver a ida do seu pai, meu coração deu um nó. 
Como continuar minha caminhada, como não olhar para trás, se vinha de lá a nova presença, o novo amor?

Você é feito do amor de ontem, cresce amor de hoje e vai ser amor de amanhã. 
Você me trouxe a alegria de continuar amando o seu pai. 
Aquele que conheci, com quem vivi cada hoje com intensidade e delicadeza. 
Aquele por quem lutei, com quem briguei. 
Aquele que me transformou e que se deixou transformar por meu amor.

Você e ele, juntos, me trouxeram o milagre de continuar amando a mim mesma.

A falta do seu pai doeu ontem e dói ainda hoje. 
Mas não é a mesma dor. 
Com esse amor, tento transformar a dor de hoje em uma dor diferente amanhã.

O que aprendi sobre o amor é que ele deve estar sempre distraído. 
Mas quando falta o objeto do amor é o contrário: 
Melhor não se distrair nunca.

O que aprendi sobre o amor - e isso aprendi sobre o amor a mim mesma - é que ele exige de mim, todos os dias, um esforço. 
Um exercício diário do qual não posso abrir mão.

É como estar num mar profundo, sem barco ou boia. 
Não posso simplesmente boiar. 
Posso relaxar um pouco, mas logo retomo o nado. 
Não posso boiar, não posso, não posso. 
A onda pode me levar.





(Cristiana Guerra).

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