Coração é terra que ninguém vê
Quis ser um dia, jardineira
De um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
E nos espinhos me feri.
Quis ser um dia, jardineira
De um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
Nada criei.
Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
A gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
Na terra dura
Da ingratidão
Coração é terra que ninguém vê
- Diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- Teu coração.
Bati na porta de um coração.
Bati.
Bati.
Bati.
Nada escutei.
Casa vazia.
Casa vazia.
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